domingo, 18 de janeiro de 2015

Exposição desvenda a história de São Paulo pelas obras do Escritório Ramos de Azevedo


Sob a organização da Restarq/Via das Artes, a mostra traz imagens dos projetos e da equipe que transformaram o cenário da cidade

Para marcar as comemorações dos 461 anos de São Paulo, o Centro Cultural Correios apresenta, de 17 de janeiro a 17 de março, a Exposição "Escritório Ramos de Azevedo: a arquitetura e a cidade", com fotos, desenhos e plantas que revelam a história da equipe por trás de um dos grandes nomes da arquitetura paulista e seus projetos que contribuíram para a modernização da cidade em franco crescimento. 

Organizada pela Restarq/Via das Artes, com o apoio da Lei Rouanet - Lei Federal de Incentivo à Cultura -, a mostra tem como objetivo levar a público arquivos desconhecidos pela maioria da população e até inéditos, que retratam as transformações de São Paulo de 1886 a 1965. 

A história dos legados e bastidores do Escritório Ramos de Azevedo é contada em mais de 100 imagens e documentos, distribuídos em 80 painéis e três vitrines. O acervo conta com imagens selecionadas do Arquivo Histórico de São Paulo, digitalizadas em parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a Universidade de São Paulo (USP). A mostra também se destaca por ser a primeira a trazer coleções particulares cedidas pelos herdeiros dos projetistas do escritório de Ramos de Azevedo. 

Quatro momentos da história - Sob a curadoria de Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno e com a consultoria de Nestor Goulart Reis, ambos docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), a exposição foi dividida em quatro módulos. 


O primeiro, "Dr. Ramos de Azevedo e seus parceiros - 1886-1928", retrata o espírito empreendedor do arquiteto ao montar uma empresa capaz de cuidar de pormenores desde a concepção do projeto até a execução da obra. Em seu auge, em 1890, o seu escritório chegou a contar com 500 colaboradores, incluindo projetistas, marceneiros, engenheiros, mestres de obras e operários. 

O segundo módulo, "As obras públicas - 1886-1928", apresenta fotos e desenhos com fortes apelos estéticos dos projetos desenvolvidos especialmente para a São Paulo em crescimento. Entre os destaques estão as imagens ampliadas e plantas técnicas dos edifícios símbolos da cidade, como a sede dos Correios e Telégrafos (que concentrou a expansão da cidade na região central, em direção ao Boulevard São João), o Palácio das Indústrias, a Secretaria da Agricultura e muitos outros. 

O acervo inclui ainda desenhos de móveis, revelando uma faceta pouco conhecida dos escritórios de arquitetura daquela época: os projetos arquitetônicos eram criados como um conjunto, contemplando inclusive a arquitetura de interiores e o design dos objetos. Entre projetos mobiliários que chamam atenção pela riqueza de detalhes e sutileza estão os das bancas de venda do Mercado Municipal.

Além dos prédios públicos, concentrados sobretudo na região central, o Escritório Ramos de Azevedo também criou diversos projetos para empresários, banqueiros e investidores. Assim, o módulo "Empresário e capitalista: as obras para particulares - 1886-1928" reúne plantas e desenhos de edifícios para estabelecimentos como o Banco di Napoli, hotéis, fábricas e palacetes para classe média e alta nos novos bairros. 

Já a última parte da mostra, "A Segunda fase: Escritório F. P. Ramos de Azevedo, Severo & Villares - 1928-1965" retrata o período após a morte do arquiteto, marcado por edifícios cada vez mais altos e com a forte influência do Art Décô. Capitaneado por Arnaldo Dumont Villares e com aproximadamente 50 colaboradores, o escritório realizou proezas da engenharia como o Edifício Britânia, erguido nas encostas do Vale do Anhagabaú, a partir do congelamento do solo do edifício vizinho, o Liberty Paulista, por dois longos anos. Na época também foram realizadas outras obras importantes, como o Estádio do Pacaembu e seus móveis em estilo Art Décô, projetados em sintonia com a estética dos edifícios. 




Serviço:

Exposição "Escritório Ramos de Azevedo: a arquitetura e a cidade"
Período: 17 de janeiro a 17 de março
Local: Centro Cultural Correios São Paulo - Av. São João, s/nº - Centro
Telefone: (11) 3227-9461
Entrada franca 
Horário: de terça a domingo, das 11h às 17h.
Visita monitorada: terças a domingo, das 11h às 17h. 
Informações e agendamento de visita monitorada: tel. (11) 5083 4360 ou pelo e-mail viadasartes@viadasartes.com.br
Classificação: livre 
Capacidade: 150 pessoas 
Acesso para portadores de necessidades especiais

Ficha técnica:
Curadoria: Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. 
Consultor: Nestor Goulart Reis, Professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. 
Coordenação geral e produção: Ana Maria Xavier, diretora executiva da Restarq/Via das Artes
Projeto expositivo: Escritório Júlio Abe
Patrocínio: Correios
Realização: Lei Rouanet de Incentivo à Cultura

Sobre Restarq/Via das Artes
A Restarq / Via das Artes são empresas que atuam na área cultural há mais de 20 anos, focadas na valorização do patrimônio cultural e artístico brasileiro.
Ao longo de sua existência produziu mais de 20 livros e 30 exposições, alguns premiados e restaurou importantes edifícios tombados pelos órgãos de preservação, além de prestar consultoria na área cultural e de responsabilidade social.

Sobre Centro Cultural Correios 
Desde 2013, o Centro Cultural Correios São Paulo vem oferecendo ao público uma programação cultural diversificada, de qualidade e gratuita. O espaço ocupa uma área de 1.280m² do amplo Prédio Histórico dos Correios, que abriga também a Agência Central dos Correios de São Paulo, considerada a maior do país, e a Agência Filatélica D. Pedro II. Inaugurado em 1922, o Prédio Histórico é um dos cartões postais do centro de São Paulo, pelas suas dimensões arquitetônicas, tamanho e localização.

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