segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Exposição de Modernistas fica na Capela de São Miguel Arcanjo até 20/12












Até 20/12 a Capela de São Miguel Arcanjo, a mais antiga da cidade e um dos mais importantes patrimônios de São Paulo, recebe a exposição Modernistas Revisitam a Capela, realizada pela Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Associação Cultural Beato José de Anchieta e a Subprefeitura de São Miguel Paulista. A abertura oficial da mostra ocorreu no dia 7 de novembro, quando a Capela foi reaberta ao público, depois de um período de restauro.





Primeira exposição em 40 anos


Com a curadoria de Ana Cristina Carvalho, as obras do Acervo dos Palácios expostas na nave central da capela mostram um percurso que contextualiza a busca das raízes brasileiras pelos modernistas no início do século XX, por meio de suas viagens às regiões Norte e Nordeste, e às cidades históricas mineiras. Em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, a Capela de São Miguel Arcanjo está localizada em um bairro marcado pela presença dos nordestinos, muitos vindos das mesmas regiões visitadas pelos modernistas, invertendo o trajeto de Mário de Andrade para descobrir São Paulo.


Expostas em três núcleos de idéias, a mostra pretende também promover a aproximação dessas comunidades com o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo, que, pela primeira vez em 40 anos, expõe suas obras fora de seus espaços tradicionais.



                             


Exposição - detalhes



Núcleo1
Viagem pelas raízes do Brasil apresenta obras pertencentes à coleção dos palácios e fotografias de acervo particular. Parte conceitualmente das viagens do intelectual modernista Mario de Andrade, que recolhe elementos da cultura brasileira. A busca da identidade e das raízes do Brasil propostas pelos modernistas nas décadas de 1920 e 1930 são evidenciadas neste núcleo por meio de pinturas como Natureza Morta, de Vicente do Rego Monteiro; o Carcará, de Aldemir Martins; Rio de Janeiro, de Cícero Dias; Paisagem de Ouro Preto, de Guignard; esculturas do artista baiano Agnaldo Manoel dos Santos e o ensaio fotográfico sobre a vida do nordestino, do pernambucano Cláudio Omena.



Núcleo 2


Devoção revela a religiosidade popular por meio de obras de artistas como Tarsila do Amaral, que mostra em sua obra São Paulo Antigo uma procissão; destaque também para Santa Cecília, de Djanira Motta e Silva; e a Nossa Senhora Aparecida, de Tereza D'Amico.  

Núcleo 3


A Capela e a Cidade procura estabelecer relações com as obras e o contexto da cidade de São Paulo que cresce e acolhe os milhões de migrantes, vindos principalmente das regiões norte e nordeste. Apresenta obras associadas à origem da cidade e seu desenvolvimento. É o caso Bandeirante, de Portinarti; Capela de Santo Antônio, de Nicola Petti; Progresso, de Vitório Gobbis; e Rua Direita, de Júlio Guerra.


Serviço:


Capela São Miguel Arcanjo – Modernistas Revisitam a Capela, de 8 de novembro a 20 de dezembro, de quinta a domingo, das 10h às 17h. Ingresso R$ 2,00, as quintas e sextas, grátis aos sábados domingos. Estudantes com carteirinha paga meia. Crianças até 7 anos, estudantes da rede pública, idosos, portadores de deficiência e grupos filantrópicos não pagam. Aberto ao público. Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 11, São Miguel Paulista. Informações e agendamento de grupos pelo telefone 2032-4160.



O Restauro


A capela de São Miguel, que está sendo reaberta após um período de três anos de obras de restauração, foi construída no ano de 1622, segundo inscrições encontradas na verga da porta principal. Considerado o templo católico mais antigo da capital paulistana, a capela integra um conjunto de monumentos coloniais e é um dos primeiros edifícios a ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938.


O gerenciamento do projeto de restauro e de implantação do museu é da FormArte. A entrega da primeira fase do trabalho, que envolveu o parque arquitetônico, parede, piso e telhado, com investimento de mais de 3 milhões de reais, foi realizada em junho de 2008. Depois disso a capela foi aberta apenas para visitas monitoradas. A continuidade das obras de restauro depende de novos recursos, mas o espaço já pode ser visto pelo público, que pode agora desfrutar desse monumento histórico sem restrições.

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