quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Composicoes proibidas durante o Terceiro Reich estao na CPFL Cultura em Sao Paulo

CPFL Cultura apresenta em setembro programação de música erudita
contemporânea com composições proibidas durante o Terceiro Reich.


A CPFL Cultura apresenta no mês de setembro a série Música degenerada, que
conta com a curadoria do violoncelista e produtor cultural Roberto Ring e
será realizada simultaneamente na capital paulista (às terças-feiras, 20h30)
e em Campinas (aos sábados, 20h). O nazismo qualificava como Música
Degenerada a música atonal, arranjos de jazz e, acima de tudo, música de
compositores judeus, as quais tiveram execução proibida durante o Terceiro
Reich. E são essas obras que a CPFL Cultura apresenta em sua programação de
música erudita contemporânea nos mês de setembro, em Campinas e São Paulo.

No primeiro concerto, que será realizado em Campinas no dia 29 e em São
Paulo no dia 8, há pelo menos um compositor, Paul Hindemith, que não é
judeu, mas foi absolutamente solidário com eles por causa da discriminação
que sofreram: primeiro a execução de suas obras foi proibida; depois sua
própria integridade física foi ameaçada. Weill e Schoenberg, por exemplo,
emigraram para os Estados Unidos; Schulhoff, no entanto, permaneceu na
Alemanha, e morreu em 1942, num campo de concentração. Os estilos de cada
uma das peças são contrastados: um Hindemith maduro, o Schoenberg típico, o
Schulhoff com sua originalidade e o Weill com a influência do popular e do
jazz (arranjo do violinista e compositor Kurt Frenkel, também refugiado do
nazismo).

Em São Paulo, numa parceria com a Sociedade de Cultura Artística, os
concertos semanais serão realizados no Teatro Cultura Artística – Itaim (Av.
Presidente Juscelino Kubitschek, 1830), com distribuição gratuita de
ingressos no local, a partir das 19h. Em Campinas as apresentações acontecem
na CPFL Cultura (Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632), também com entrada
gratuita e distribuição de ingressos no local, a partir das 19h.


Programação


29 de agosto (sábado) - 20h

Em Campinas


8 de setembro (terça-feira) - 20h30

Em São Paulo


Paul Hindemith (1895-1963) - Sonata para violino e piano em mi maior

Arnold Schoenberg (1874-1951) - Fantasia para violino e piano, Op. 47

Erwin Schulhoff (1894-1942) - Sonata para violino e piano

Kurt Weill (1900-1950) - Sete peças da Ópera dos três vinténs


Martin Tuksa (violino)

Olga Kopylova (piano)


12 de setembro (sábado) - 20h

Em Campinas


15 de setembro (terça-feira) - 20h30

Em São Paulo


Ernest Bloch é o mais conhecido – ou melhor, o menos desconhecido – dos
compositores cujas obras serão executadas esta noite. E "Schelomo",
originalmente uma rapsódia para violoncelo e orquestra, é sua mais conhecida
obra. A suíte Baal Shem, composta em 1923, integra três peças breves
representando cenas da vida espiritual judaica. "Nigun", a mais popular
delas, significa improvisação. O pianista e compositor tcheco Gideon Klein
foi um dos responsáveis pela organização da música no campo de concentração
de Terezín, um campo-modelo de fachada que Goebbels transformou em cartão de
visitas para enganar autoridades estrangeiras dispostas a conferir os boatos
sobre o extermínio de judeus nos campos de concentração. A aparência de
normalidade desaparecia assim que os convidados iam embora.


Programa


Henryk Gold (1899-1977) - Tango

Ernst Bloch (1880-1959) - Nigun, da suite Baal Shem

Gideon Klein (1919 – 1945) - Duo para violino e violoncello

Ernst Bloch (1880-1959) - Shlomo

Shmerke Kaczerginski (1908-1954) - Frilling (Primavera)


Daniel Stein (violino)

André Micheletti (violoncelo)

Gabriella Affonso (piano)

19 de setembro (sábado) - 20h

Em Campinas


22 de setembro (terça-feira) - 20h30

Em São Paulo


Além do magnífico duo de Schulhoff para violino e violoncelo e do adagio
para clarineta, violino e piano de Alban Berg, um dos três grandes
compositores da Segunda Escola de Viena, o grande destaque desta noite é o
quarteto de Paul Hindemith, um compositor injustamente marginalizado da vida
musical internacional – sobretudo a brasileira – nas últimas décadas.


Programa


Erwin Schulhoff (1894-1942) - Duo para violino e violoncelo

Alban Berg (1885-1935) - Adágio para clarineta, violino e piano

Paul Hindemith (1895-1963) - Quarteto para clarineta, violino, violoncelo e
piano


Martin Tuksa (violino)

Dana Radu (piano)

Otinilo Pacheco (clarineta)

Mauro Brucoli (violoncelo)

26 de setembro (sábado) - 20h

Em Campinas


29 de setembro (terça-feira) - 20h30

Em São Paulo


O trio de Zemlinsky é obra de juventude. Foi composto em 1896, originalmente
para clarineta, violoncelo e piano. Zemlinsky foi muito amigo de Brahms e
também de Arnold Schoenberg, de quem foi cunhado. O trio de Gideon Klein é
uma autêntica revelação, e dá o que pensar: aonde chegaria um compositor com
tamanho talento se sua vida não tivesse sido barbaramente interrompida
quando ele tinha apenas 26 anos? O trio para cordas "Tanek" chama ainda mais
a atenção: foi a penúltima obra composta pelo tcheco Hans Krása no campo de
concentração de Terezin, em 1944 (ele lá chegara em outubro de 1942). Krása
teria tempo somente para escrever uma "Passacaglia e Fuga para trio de
cordas" – e morreria em outubro daquele ano, em Auschwitz.


Programa


Gideon Klein (1919-1945) - Trio para violino, viola e violoncelo

Hans Krása (1899-1944) – Tanec, dança para trio de cordas

Alexander von Zemlinsky (1871-1942) - Trio para violino, violoncelo e piano
em ré menor, Op. 3


Roberto Ring (violoncelo)

Pablo de Leon (violino)

Horácio Schaefer (viola)

Dana Radu (piano)

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