sábado, 4 de abril de 2009

1º. INSTRUMENTAL FECAP

 
 

 

 

Em abril, o espaço da música popular brasileira em São Paulo mostra o trabalho de grandes arranjadores de diversas épocas

 

Com dois anos e meio de atividades – foi inaugurado em setembro de 2006 – o Teatro FECAP já apresentou mais de 40 espetáculos diferentes com alguns dos principais artistas da melhor música popular brasileira dos mais diversos gêneros e estilos.

 

Agora, em abril de 2009, com o 1º. Instrumental FECAP se inicia uma série voltada exclusivamente para a valorização do trabalho do instrumentista brasileiro, um dos mais renomados no mundo da música. O Instrumental FECAP será realizado em dois meses do ano, um em cada semestre, sempre com um tema específico. O primeiro é Arranjadores. Com seis espetáculos em abril, a série destaca o trabalho de Radamés Gnattali, Nailor Proveta, Laércio de Freitas, Cristóvão Bastos, Luca Raele e Mozar Terra.

 

O conceito é simples: tirando partido de sua acústica excepcional, dos equipamentos de gravação lá instalados, que o tornam um verdadeiro teatro/estúdio e do princípio de ceder aos artistas os masters das gravações e a totalidade dos direitos sobre as mesmas, o Teatro FECAP decidiu apoiar com vigor a música instrumental brasileira, criando uma série permanente de mostras (a princípio duas ao ano), que pretendem levar ao público alguns dos inúmeros trabalhos da música instrumental brasileira, que tem encantado público e crítica pelo mundo afora e que tão pouco espaço merecem no Brasil.

 

A programação é a seguinte:

 

4 de abril, sábado, 21h – o Novo Quinteto, formado por Henrique Cazes (guitarra e direção musical), Maria Teresa Madeira (piano), Marcos Nimrichter (acordeom), Omar Cavalheiro (baixo) e Oscar Bolão (bateria), interpreta arranjos originais de Radamés Gnattali

 

Salve Radamés, por Henrique Cazes

 

Além de grande pianista, compositor inspirado e original, Radamés Gnattali (Porto Alegre 1906/Rio 1988) foi o arranjador que modernizou a música brasileira, atuando com incrível produtividade. Para produzir tanto e com tanta qualidade, precisou armar uma equipe de craques.

 

O colaborador de primeira hora foi Luciano Perrone, baterista que conheceu em Lambari em 1929 e que esteve sempre ao seu lado, tocando e dando sugestões importantes na rítmica das orquestrações. Pedro Vidal Ramos era um contrabaixista sóbrio e extremamente concentrado. A âncora perfeita para que piano e bateria pudessem se soltar. Já o Zé Menezes, virtuose das cordas, começou sua colaboração em 1947 na Rádio Nacional e depois na gravadora Continental. A partir de 1953, o quarteto passou a Quinteto Radamés Gnattali, com a inclusão do acordeom de Chiquinho.

 

Dai em diante esse grupo foi pau pra toda obra, muitas gravações e inúmeros programas de rádio. Foi com o Quinteto que Radamés desenvolveu um tipo de música popular de câmera, como bem definiu seu sobrinho maestro Roberto.

 

Em 1960, tendo a irmã Aída Gnattali no outro piano, o quinteto virou sexteto e arrasou na Europa. Depois disso e já com algumas alterações, o grupo atuou em disco nos anos 1970 e em shows no ano de 1985, na comemoração antecipada dos 80 anos do maestro.

 

Pouco antes de morrer em 1993, Chiquinho, que era o arquivista do grupo, pediu que entregassem a mim as partituras do Quinteto, sugerindo que eu levasse o projeto adiante.  A questão era achar quem se dispusesse a estudar o estilo, a aprender a tocar de um jeito de outra época.

 

Aos poucos a equipe foi sendo formada. A escolha mais simples foi a de Oscar Bolão, discípulo e continuador do estilo de bateria brasileira de Luciano. O som encorpado e sóbrio de Vidal apontou para Omar Cavalheiro, companheiro de outras empreitadas. Para manter o fraseado elegante característico do Chiquinho, o acordeom foi entregue a Marcos Nimrichter, pianista de primeira linha. Eu me escolhi para a guitarra pois não queria ficar fora dessa de jeito nenhum e faltava o piano.

 

A dificuldade nesse item vinha do fato de precisarmos de um pianista de boa técnica e muita bossa, afinal, Radamés escrevia para ele mesmo tocar. Maria Teresa Madeira foi convocada para essa missão de alta responsabilidade e, como vocês podem ouvir, está cada vez mais à vontade.

 

Assim formado, o Novo Quinteto estreou em 2000 e ao longo desses anos, fomos aprendendo mais e mais sobre esse jeito de fazer música, até chegar a hora de gravar. O som hi-fi, do quinteto nos remete ao charme dos anos dourados. Um Rio de Janeiro elegante e em festa. Perdemos muitas coisas de lá para cá, mas ainda temos o som do Novo Quinteto. Salve ele! Salve Radamés!

 

Repertório: Alvorada (Jacob do Bandolim); Remexendo; Amargura e Bate-papo (as três de Radamés Gnattali); Biruta (Jacob do Bandolim); Bate-papo a três vozes (Radamés Gnattali); Samba com Luciano (Luiz Bandeira); Caminho da saudade (Radamés Gnattali); Meu amigo Tom Jobim (Radamés Gnattali); Pixinguinha (choro) 1º movimento da Suíte Retratos (Radamés Gnattali); Urubatã (Pixinguinha); Sofres porque queres (Pixinguinha); Variações sobre o samba do urubu (Radamés Gnattali).

 

 

5 de abril, domingo, 19h - Nailor Proveta Sexteto, formado por Proveta (sax-alto e clarinete), Carlos Roberto Oliveira (piano), Edson Alves (violão de 6 cordas), Edmílson Capelupi (violão de 7 cordas) Odésio Jericó - trompete e flugelhorn; Cléber de Almeida - percussão.

 

Com formação diferente da tradicional dos grupos de choro, em razão da inclusão do piano e do trompete, Nailor Proveta elaborou arranjos para belíssimas canções dos mais expressivos compositores do gênero, além de composições dele e dos violonistas Edson Alves e Edmílson Capelupi, integrantes do sexteto, que arranjaram suas criações.

 

Repertório: Velhos Companheiros (K-Ximbinho); Cochichando (Pixinguinha); Da Bahia ao Ceará (Moacir Santos); Doce de Coco (Jacob do Bandolim); Eponina (Ernesto Nazareth); Dois na Brincadeira (Edson Alves); Nas Graças de Emanuel (Nailor Proveta); A Banda Chegou (Edmílson Capelupi); Gostosinho (Jacob do Bandolim); Santos/Jundiaí (Edson Alves)

 

 

 

1º. Instrumental FECAP – Arranjadores – Serviço:

 

Local: Teatro Fecap (Av. Liberdade, 532, tel. 2198.7719 - www.fecap.br)

 

Datas:         4 de abril, sábado, 21h – o Novo Quinteto

5 de abril, domingo, 19h - Nailor Proveta Sexteto

 

Lotação: 400 lugares

 

Duração: 80 minutos

 

Preços: R$ 20,00 (inteira) e R$10,00 (meia)

 

Bilheteria: de terça a sábado, das 14h às 21h; domingo, das 14h às 19h, no próprio teatro.

 

Internet: basta acessar o portal da FECAP (www.fecap.br) e entrar a página do Teatro.

 

Central de Ingressos: através do telefone (11) 2198.7719. De segunda a domingo das 9h às 21h.

(Cartão de Crédito: Master, Visa e Dinners).

 

Estacionamento c/ manobrista: R$ 12,00

 

Acesso para deficientes físicos


Teatro: Ar condicionado, wine bar, jardim anexo e centro permanente de exposições de imagens da MPB.

 

RECOMENDADO PARA MAIORES DE 12 ANOS

 

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