segunda-feira, 7 de julho de 2008

1968: Cenas da Rebeldia




O renomado cineasta carioca Sílvio Tendler será a figura central de debate sobre o tema “1968: Cenas da Rebeldia”, dentro do programa Papo XXI, a realizar-se na próxima terça-feira, 8, às 19 horas, no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 2º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108). A entrada é franca.

Nesta edição do Papo XXI, Sílvio Tendler rebobina o filme da memória para ressaltar o comportamento libertário e criativo da Geração 68 no Brasil, que se traduziu na produção de canções, festivais, peças teatrais, exposições e filmes antológicos, além do papel de resistência à ditadura militar, exercida nas ruas pelos movimentos estudantis e as manifestações populares.

Conhecido como o “cineasta dos vencidos” ou o “cineasta dos sonhos interrompidos”, por abordar em seus filmes personalidades como Jango, JK e Carlos Marighella, entre outros, Sílvio é, antes de tudo, um humanista, que já produziu cerca de 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens.



Memória e reflexão

Seus filmes são resgates da memória brasileira e inspiram seus espectadores à reflexão sobre os rumos do Brasil, da América Latina e do mundo em desenvolvimento. Tendler é detentor das três maiores bilheterias de documentários na história do cinema brasileiro: “O mundo mágico dos Trapalhões” (1,8 milhão de espectadores), “Jango” (um milhão de espectadores) e “Anos JK” (800 mil espectadores).

Nascido no Rio de Janeiro em 1950, Sílvio Tendler é licenciado em História pela Universidade de Paris, e mestre em Cinema e História pela École des Hautes-Études/Sorbonne. Fez especialização em Cinema Documental Aplicado às Ciências Sociais no Musée Guimet/Sorbonne.

É membro-fundador da Fundação Novo Cine Latino-Americano e do Comitê de Cineastas da América Latina, e a seguir presidente da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Cineastas, tornando-se, em 1979, professor do Departamento de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).



Documentando a História do Brasil

Em 1988, dirigiu a Fundação Rio (RIO ARTE), e, posteriormente, em 1993, o Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho (Castelinho do Flamengo), instituições vinculadas à Secretaria Municipal de Cultura e à Prefeitura da Cidade do Rio. Dirigiu a TV Brasília, do Grupo Correio Brasiliense, em 1995, e no ano seguinte, em 1996, foi secretário de Cultura e Esporte do governo Cristovam Buarque, no Distrito Federal. Em 1997, assumiu a Coordenação de Audiovisual para o Brasil e o Mercosul da Unesco, organismo vinculado às Nações Unidas voltado para a Educação e Cultura, onde permanece como consultor nesta área.

Silvio Tendler tem vasta experiência em documentar nossa história e nossos personagens. Produziu uma série de documentários que conquistaram inúmeros prêmios e fizeram dele uma referência nacional no gênero. Seus filmes ganharam diversos prêmios em festivais brasileiros como os de Brasília, Gramado e Rio de Janeiro, além de prêmios de instituições como o troféu Margarida de Prata, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Entrou na seleção oficial do Festival de Cannes com o filme “Glauber O Filme, Labirinto do Brasil” e participou de diversas mostras e festivais internacionais (Europa, América Latina, Estados Unidos e Canadá), mostrando nosso cinema e nossa cultura no Brasil e no mundo. Parte das pesquisas de seus filmes tem origem no volumoso acervo particular de imagens, com cerca de cinco mil títulos sobre a História do Brasil dos últimos 30 anos, sendo, possivelmente, o maior do gênero existente no Brasil.



Debatedoras

Ruth Cavalcante e Mônica Dias Martins atuarão como debatedoras do tema “1968: Cenas da Rebeldia”, apresentado por Sílvio Tendler. Ruth Cavalcante, considerada a musa do movimento estudantil do Ceará em 1968 (tanto pela beleza como pelo espírito libertário), é psicopedagoga pela Escola de Pedagogia Social de Colônia (Alemanha), precursora e especialista em Educação Biocêntrica, didata de Biodança, fundadora e diretora pedagógica do Centro de Desenvolvimento Humano (CDH) e consultora na área de Processos Humanos em escolas, organizações e instituições governamentais.

Mônica Dias Martins, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é professora de Ciência Política da Universidade Estadual do Ceará (UECE), líder do grupo de pesquisa “Observatório das Nacionalidades”, editora da revista “Tensões Mundiais” e autora de artigos sobre os movimentos sociais, publicados nos Estados Unidos, México e Brasil.



Exibição de documentários aos sábados

Também no cineteatro do CCBNB-Fortaleza, o programa Arte e História em Documento traz a mostra “Sílvio Tendler”, exibindo, aos sábados de julho (dias 5, 12, 19 e 26), sempre às 10h15, uma seleção de quatro documentários dirigidos pelo cineasta carioca, cujos filmes são resgates da memória brasileira e inspiram seus espectadores à reflexão sobre os rumos do Brasil, da América Latina e do mundo em desenvolvimento.

Conheça a seguir a programação da mostra:



MOSTRA “SÍLVIO TENDLER”, NO PROGRAMA ARTE E HISTÓRIA EM DOCUMENTO (EXIBIÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS) – DIAS 5, 12, 19 E 26 (AOS SÁBADOS), SEMPRE ÀS 10H15



Os Anos JK: Uma Trajetória Política

Dia 05, sáb, 10h15

O filme aborda a História do Brasil: a eleição de JK, o nascimento de Brasília, o sucessor Jânio Quadros que renuncia, a crise política, o golpe militar e a cassação dos direitos políticos de Juscelino. O foco é a trajetória política de Juscelino Kubitschek, o “presidente bossa nova”, popular entre os artistas, que propunha aceleração no desenvolvimento do País rumo à modernidade e a ocupação de um lugar entre as potências mundiais. O filme é referência para estudantes e pesquisadores. Foi visto por 800 mil pessoas e ganhou vários prêmios. Direção de Sílvio Tendler. 110min.



Jango: Como, Quando e Porque se Depõe um Presidente da República

Dia 12, sáb, 10h15

Em 1984, a Campanha das “Diretas Já” mobilizou o Brasil: o povo, personalidades artísticas e políticas em todo o País exigiam democracia. Nessa época, duas obras expressam os anseios do povo brasileiro: o filme “Jango”, de Sílvio Tendler, e uma das músicas de sua trilha sonora, “Coração de Estudante”, de Wagner Tiso e Milton Nascimento, que se tornou o hino das “Diretas Já”. “Jango”, narrado por José Wilker, foca a trajetória de João Goulart que, deposto pelo Golpe de 1964, se tornou o único presidente brasileiro morto no exílio. O filme, visto por um milhão de pessoas, ganhou vários prêmios e está entre os documentários mais importantes do Brasil. Direção de Sílvio Tendler. 117min.



Memória do Movimento Estudantil
Dia 19, sáb, 10h15

A integridade de uma nação está intimamente ligada à preservação da sua história, de sua trajetória política e cultural. Para que o hoje seja inteiro, é preciso que o ontem faça sentido. Por isso foi criado, em 2004, o projeto Memória do Movimento Estudantil, uma realização da Petrobras, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a União Nacional dos Estudantes – UNE, o Museu da República e a TV Globo, que tem como objetivo recuperar e divulgar a história da militância dos estudantes no Brasil. Este DVD é composto por dois documentários dirigidos por Sílvio Tendler: “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil” e “O afeto que se encerra em nosso peito juvenil”, com 50 minutos de duração, exibidos no cinema, e na TV, no Canal Futura. Direção de Sílvio Tendler. 103min.



Glauber o Filme, Labirinto do Brasil

Dia 26, sáb, 10h15

No dia 22 de agosto de 1981 morreu, aos 42 anos, Glauber Rocha, o artista que deu identidade ao cinema brasileiro. Baiano, cineasta, crítico de cinema, jornalista, pensador de cabeça efervescente, provocador e polemista, seu velório – no histórico Parque Lage, no Rio de Janeiro, reúne, na dor da perda, a inteligência brasileira. “Glauber o Filme, Labirinto do Brasil” é um documentário sobre a vida e a morte de Glauber, um dos brasileiros que mais pensou e amou o Brasil. O velório, filmado em 1981, o enterro, a dor; unidos a depoimentos de quem acompanhou, viveu, admirou, foi amigo e lutou junto com esse mito do cinema nacional, conta mais uma página da história do cineasta, uma história que permaneceu na gaveta durante dezoito anos e que agora ressurge como uma homenagem a este artista revolucionário e solitário. Direção de Sílvio Tendler. 98min.

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